quarta-feira, 29 de junho de 2011

Antes de amar-te



Antes de amar-te, amor, nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.

E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.
Pablo Neruda

Um comentário:

  1. Muito Lindo seu Blog querido,Lindos poemas !
    Continue assim, muito sucesso.
    Estou te seguindo, se puder me siga tbm ;}

    http://rockmystore.blogspot.com/

    ResponderExcluir